notas soltas

porque por vezes a música substitui as palavras e voar é preciso...

esta noite... um disco de jazz que toca um devaneio com cores um cigarro enrolado e o bem estar de uma terapia oriental desenho by C de M

Ando cheio de vontade de ouvir vinilo! Estou cansado de ouvir o som binário composto por zeros e uns. Alguém decidiu que não ouvíamos fora do espectro dos 20hz aos 20khz, e saiu aos sete ventos a prometer " the perfect sound forever" com os novos ( à época ) suportes digitais... ora após estes 30 anos de era digital,o velho analógico continua a ser State of the Art. Afinal só o som, que uma boa célula é capaz de reproduzir com uma largura de banda que não está espartilhada e por isso mesmo sentimos com os orgãos internos, é capaz de nos transportar à quintessência musical. Para a semana chega o meu giradiscos da revisão e a ansiedade é muita, como uma criança que recebe de novo o seu brinquedo favorito

Acordei com a sensação clara de uma noite de sonhos agitados. A noite foi feita de acontecimentos disconexos e sem relação aparente . Homens que escavam na neve, fazendo covas para se protegerem de uma tempestade no sopé do Breithorn, uma equipe de salvamento da qual faço parte que se organiza para as buscas, uma estação de comboios nos Alpes onde me encontro sem saber que comboio apanhar ,uma sucessão de escadas rolantes que sobem e descem sem fim, portas que escondem verdades inacabadas, quartos com tesouros electrónicos … uma espécie de Inland Empire do David Lynch só faltando os coelhos numa sala a ver tv… Photo by C de M

o ar tem um travo doce palavras ecoam como acordes uma caneta descorre frases um fato de treino vermelho corre na praia enquanto um cão ladra entretanto um cigarro extingue-se em fumaça e grossos pingos sulcam o céu ao fundo o sol brilha prometendo outros amanhãs

Gustav Klimt é dos poucos pintores cuja obra me fascina. Das várias telas que pintou, aprecio particularmente " o beijo", pela forma como os corpos se unem formando quase uma entidade indivisível cuja profusão de cores é lindíssima, e traço comum das suas pinturas revela a capacidade de nos transportar a uma dimensão onírica que falta ao seu discípulo Schiele cujas pinturas são mais cruas. Palavras para quê... esta imagem vale por mil.

Há nas peças de design uma intemporalidade que transcende o valor material das mesmas. É aquilo a que chamamos valor intrínseco. Se fosse abastado, coleccionaria peças de design, assim escolho 3 para a lista dos "want to buy one day". - Chaise longue B306 de Le Courbusier que ao contrário do que se pensa, não foi desenhada pelo mesmo mas sim por Charlotte Perriand em 1928. - Coffee Table, 1945 de Isama Noguchi. - Lounge Chair and nº671 ottoman de 1956 de Charles e Ray Eames. One day...