poema ao acaso

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só,mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e,
contudo, nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

António Gedeão

Comentários

Anónimo disse…
Como estás amigo? Tenho estado ausente da tuas palavras... volto hoje ao teu convivio. O viajante nunca esquece um oásis onde retemperou as forças e brindou á amizade.A ele volta sempre, saudoso. Um abraço S.
C de M disse…
Bem vindo amigo! fico feliz por saber que não te esqueceste deste oásis no meu universo. A minha existência continua "conturbada", e
tenho-me recolhido nos meus pensamentos, não os transcrevendo para palavras..Alturas há em que o melhor é guardarmos o que nos vai na alma. Fico no entanto feliz por te "rever, e sei que sabes que poderás sempre vir "matar a sede " aqui.Um abraço amigo.

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